sábado, 13 de junho de 2009

Saúde Paralisada!


A saúde pública de fortaleza vem passando por sérios problemas desde o último dia 29/05. Os motivos desta crise não são os atrasos em atendimentos, filas intermináveis, falta de medicamentos ou quaisquer outros transtornos já corriqueiros dos hospitais de "terceiro mundo". Hoje completam 16 dias que os funcionários dos Postos de Saúde, Gonzaguinhas e
Frotinhas entraram em greve.
No Frotinha de Messejana somente 30% dos pacientes estão sendo atendidos, sendo prioridade apenas as emergências, pois para os casos menos graves é preciso se "tomar um chá de cadeira" para conseguir atendimento. Indo ao Frotinha de Antônio Bezerra é possível constatar que um maior número de profissionais aderiram a greve e a situação se torna mais complicada, como me falou o aposentado Francisco da Cruz, que precisava de pelo menos um encaminhamento para fazer um exame de próstata. "Tive aqui na terça-feira(08/06) e as portas estavam fechadas, nem me perguntaram o que eu queria fazer", enquanto isso vários funcionários se recusavam a trabalhar, apesar de estarem no hospital.
Médicos, que aparentemente não aderiram a greve completamente, chegaram a afirmar para a imprensa que estavam com suas equipes completas mas que não tinham como proceder com tantos desfalques. A Assistente social do Frotinha de Parangaba, Danielle Landim, relatou que nesta última semana tiveram manifestações de maior impacto, como a que ocorreu na então fechada Secretaria de Saúde e junto ao SAMU(Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), onde protestantes trouxeram faixas e apitos para fazer uma verdadeira "apitada", para chamar a atenção de políticos, populares e pacientes, vindos até do interior, muitas vezes desinformados que, uma semana antes, chegavam aos hospitais sem saber encontrariam a paralisação.
No Frotinha de Parangaba foi possível ver que praticamente não se tinha greve. Atendimentos considerados por alguns grevistas simples e desnecessários para o momento estavam ocorrendo normalmente. "Ainda bem que atenderam, por que eu tava com um medo dessa greve. A gente vê crianças com problemas, né? É muita maldade não atender, mas aqui ta tudo normal, e olha que até nem demorou", comentou a aposentada Lurdes, com sua neta de braço engessado. Há certo receio em afirmar que aderiu a greve por completo. Talvez por todo o impasse entre as partes em negociata, funcionários de saúde, que querem cerca de 13% de reajuste nos salários, gratificações diferenciadas para cada categoria e melhores condições de trabalho, enquanto o governo diz já ter feitos reajustes justos e afirmar que os salários estão em dias.

Dona Lurdes e sua Neta no Frotinha da Parangaba
Áurea Pinheiro, que comanda a Chefia de Enfermagem do Frotinha de Parangaba comentou sobre as categorias em greve. "Os médicos mesmo não tem parado muito, mais os enfermeiros. Mas aqui estamos funcionando bem, na medida do possível." Médicos ou enfermeiros o que se vê é uma paralisação, provavelmente justa pelo lado dos grevistas, mas muito injusta para os que sofrem as consequências.

Matéria e Fotos: Matheus Barros


Biblioteca Virtual em Saúde










Poucas pessoas sabem, mas desde o dia 11 de Março de 2005 Fortaleza
tem uma Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), um projeto do Ministério da Saúde, a Secretaria de Estado da saúde do Ceará e o Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (Bireme/Opas). A finalidade das Estações BVS é democratizar o acesso às fontes de informação no campo da saúde pública. Por meio dela, o usuário pode navegar por mais de 13 milhões de referências disponíveis na BVS SP - Brasil, que dispõe de bases de dados nacionais e internacionais como a Coleção Nacional das Fontes de Informação do SUS(ColecionaSUS), a Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs) e a Literatura Internacional em Ciências da Saúde e Biomédica (Medline).
Na BVS MS, o cidadão encontra também uma grande quantidade de informações institucionais tais como Dicas em Saúde, a Linha do Tempo e Exposições Virtuais. A Estação BVS faz parte de uma política de informação em Saúde para a qualificação, promoção da eqüidade e valorização das secretarias estaduais de Saúde, bem como para a consolidação da Rede de Bibliotecas e Unidades de Informação Cooperantes da Saúde.
A implantação da Estação BVS já ocorreu em 19 estados: Acre, Alagoas,Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Sul,Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins.

Agência Saúde
Mais informações
Coordenação-Geral de Documentação e Informação do Ministério da Saúde
Assessoria de Comunicação
Tel: (61) 3315-2431 (Marcus Santos)
Fax: (61) 3321-3731
Portal: www.saude.gov.br

Rede BiblioSUS - www.saude.gov.br/bibliosus/

www.bireme.br

domingo, 7 de junho de 2009

Hemoce Estimula Cadastramento para Doadores de Medula Óssea


No último dia 27 o Hemoce (Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará) fez uma campanha com o intuito de sensibilizar os estudantes da FiC (Faculdade Integrada do Ceará) para a doação de sangue e o cadastramento para ser doador de medula óssea, além de mostrar aos futuros gestores a importância de se doar. Esta parceria já rendeu para a faculdade o troféu “Amigos do Hemoce”. Durante as outras campanhas foi facilmente observado que a doação de sangue se tornou bastante comum e o processo de doação muito conhecido. Porém, o cadastro de doador de medula óssea não era tão divulgado, quando na verdade é uma necessidade tão importante quanto de se doar sangue e até bem mais simples, pois diferentemente da doação de sangue, para se doar medula pode-se estar gripado, por exemplo.

O Cadastro de Medula óssea é nacional, ou seja, ao se cadastrar você poderá ajudar algum paciente que for compatível, esteja ele em qualquer parte do Brasil, tendo as despesas pagas, no caso de uma viagem. A professora do curso de gestão hospitalar Eliane Lavor, em meio a correria da campanha nos informou o procedimento padrão: "Para o cadastro é necessário ter entre 18 e 60 anos, não ter tido câncer, fornecer dois nomes e telefones de contatos que possam localizá-lo no caso de uma compatibilidade e, ao final, assinar um termo de consentimento autorizando o envio da amostra de sangue que será coletada (cerca de 10ml) para o laboratório responsável coligado ao REDOME (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea)"

Bolsa de doação de sangue

Durante o dia de campanha vimos que muitas pessoas, mesmo com todas as informações e facilidades, negaram- se a cadastrar-se por diversos motivos. Mas, em sua maioria, os que só eram doadores de sangue acabaram se cadastrando e cada vez mais o país vem quebrando esse tabu de que só a doação de sangue é simples, pois os números de doadores só têm aumentado, sejam de órgãos ou mesmo de medula, no qual o Brasil tem terceiro banco de doadores de medula óssea do mundo.
Mesmo com todo o sucesso das campanhas do Hemoce, da alavancada no número de doadores de medula, a conscientização não alivia a dor de quem espera na fila do transplante. Faltam medicamentos, material, médicos, o nível de compatibilidade entre pacientes e doadores é baixíssimo, cerca de 10.000 para 1. Por esses motivos devemos continuar sempre que possível ajudando.

Maiores informações: Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará - Av. José Bastos, 3390 - Rodolfo Teófilo, CEP: 60.440-261, Fortaleza/Ce Fone: (85) 3101.2 296 - hemoce@hemoce.ce.gov.br
http://www.hemoce.ce.gov.br/




Matéria por: Matheus Barros
Anne Caroline
Fellipe Pitombeira
Caio Costa
Fotos: Matheus Barros


A GRIPE SUÍNA




Onde foi parar a gripe?

A alguns meses atrás o mundo se desesperou e gritou. Uma pandemia estaria começando a desimar parte da população do planeta. Esta, era a Influenza "A"(H1N1), ou simplesmente a gripe suína. O alarde foi tão grande e intenso que todos os setores, seja o da área da saúde, o setor econômico, ou o político, tudo entrou em pane. No Ceará as suspeitas da doença demoraram a surgir,mas ao serem constatadas, surgiram como um prato cheio para a imprenssa, que precisava noticiar algo, até mesmo por exigência da população, que logo depois ficou meio confusa com as historias do tipo "tem gripe" e no dia seguinte "não tem gripe". E assim vinham notícias dia após dia:O medo da gripe em aeroportos

"Ceará tem o 1º caso suspeito de gripe suína

A gripe suína pode ter chegado ao Ceará. Ontem, foi internada em um hospital da rede privada de Fortaleza uma mulher com suspeita de estar com a doença. O hospital não divulgou nome, idade, profissão e nem procedência da paciente. Contudo, confirmou que a doente foi evada para o isolamento e que hoje a direção e o infectologista daquela unidade hospitalar concederão entrevista para a imprensa, quando, possivelmente, serão repassadas nformações mais concretas sobre o caso."
Diário do Nordeste, 29/4/2009

"Ceará registra mais dois casos suspeitos de gripe suína

Pacientes, mãe e filha, estão internadas no São José. Elas tiveram contato com parente moradora do Canadá que esteve aqui."
Diário do Nordeste, 1/5/2009

"Descartadas duas suspeitas de gripe suína no CE

Estado volta a ter só um caso com suspeita de Influenza AH1N1, a mulher internada no Hospital São Carlos no dia 28/04."
Diário do Nordeste, 2/5/2009

Claro que autoridades vinham a público tentar acalmar a situação, como o Ex-Ministro da saúde José Serra, que deu sábios conselhos sobre prevenção:



Mas e hoje? Onde foi parar a gripe do porco? O pânico desapareceu! Que bom para todos, chega de desespero. Não que a doença não deva ser divulgada, prevenida, combatida. Talvez com mais responsabilidade por alguns, sim! Deixar a população em paz consigo mesmo seria o mais justo. O medo nunca trouxe nada de bom para os seres humanos. Porém a gripe não foi erradicada, nem do nosso país e nem do mundo. E hoje em dia o máximo que vemos sobre ela é uma nota aqui ou ali, um breve anuncio no noticiário e com algum esforço matérias na internet. Parece que a Influenza "A" perdeu seu papel na mídia.

"Brasil tem mais quatro casos de gripe suína

O Ministério da Saúde confirmou nesse sábado (06) mais quatro casos de gripe suína (H1N1), dois no Estado de São Paulo, um no Rio de Janeiro e um no Tocantins. Com isso, o total de casos no País sobe para 35, dos quais 15 em São Paulo, oito no Rio de Janeiro, cinco em Santa Catarina, dois em Mato Grosso, três em Tocantins, um em Minas Gerais e um no Rio Grande do Sul. Há outros 35 suspeitos de terem a doença."
Agência Estado, 6/6/2009

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Introdução - Crônica

SAÚDE NÃO SE USA... SENTE-SE
Matheus Barros

Fortaleza Bela. Dona dos verdes mares, guardadora do grande sol, proprietária de terras dos mais alegres inquilinos, eu tenho tanto a lhe dizer, pena que você não queira nem saber. Ou seriam os seus senhores? Será que eles sabem o quão abandonados nos sentimos em certas ocasiões? O desemprego, a falta de dinheiro, a violência, são realmente coisas assombrosas para uma cidade tão bela, porém para conseguirmos vencer cada uma dessas mazelas seria necessário, no mínimo, contarmos com qualidade na área da saúde pública.
Que razões poderíamos ter para não combater os males a que estamos sujeitos dia após dia? Alguns na sua ingenuidade ou, influência da família, vão esperar a vontade de Deus para curá-los, talvez apelando para outras religiões e para curandeiros. A maioria fará filas intermináveis nos postos pra usufruir do atendimento precário que os governantes oferecem, confiando na capacidade de médicos conscientes, que honram o juramento feito no dia da diplomação, ou dos que pleiteiam um cargo político, servindo assim como moeda de troca, favorecendo certo paciente com o diagnóstico e remédios, esperando retribuição através do voto.
Independente das razões que venhamos a aludir, devemos enfatizar os defeitos da medicina pública que deixa o doente ao desamparo e, às vezes, não tão raramente, por um erro médico, antecipa a morte. Um paciente morrer repentinamente é muitas vezes visto como um “descanso” pelos parentes, após tanto sofrimento, causado em boa parte pela falta de recursos e o demorado atendimento nos hospitais e clínicas, fato comumente negado pelos que nos governam, isso quando seus familiares têm algum esclarecimento sobre o assunto, ou, assim sendo, pode-se nem saber a “causa mortis”.
O que falo não é meramente uma crítica. Temos as grandes chagas sociais e sobre elas recaem as penosas falhas da saúde. Um exemplo claro do que venho dizendo é a dengue, que as autoridades insistem em culpar somente a população escondendo os grandes terrenos públicos abandonados, focos para reprodução do mosquito, esquecem que uma população desestimulada com o dito “abandono” precisa de bem mais que bonitas campanhas para se conscientizar da realidade que nos cerca. É necessário se usar a referência “epidemia”, causando certo pânico popular, para amenizar a culpa dos responsáveis pelo controle de doenças que já deviam ter sido erradicadas do Ceará, em particular, e do Brasil para se tentar dar um pequeno atestado de país de primeiro mundo. Mas como assim será se convivemos com o Calazar, a Hidrofobia, a Tuberculose, a mortalidade infantil, a Aids e, por que não, a Influenza A, a famosa gripe que culparam até o pobre do porco.
Outra causa desumana para a nossa população é a desnutrição que atinge um número alarmante de trabalhadores braçais, a maioria não consegue manter-se num emprego descente, e sobrevivem do trabalho eventual, que todos chamam de bico e que não garante a subsistência da família todos dias. O governo estabeleceu a obrigatoriedade da merenda escolar, que nem sempre cumpre o seu papel por falta de recursos, por atrasos injustificáveis e outras razões ainda mais absurdas.
Não generalizaremos ou aumentaremos seus já incontáveis problemas, ó Terra do Sol, pois sabemos que em certas áreas da medicina tem seu valor não só no Brasil, mas também no mundo. Vivemos na república das vacinas e felizmente podemos por justiça dar este Crédito ao país, pois erradicamos a paralisia infantil, já podemos imunizar os idosos da gripe, mas poderíamos ter estendido mais a vacinação para os portadores de hepatite. A saúde de nossa terra está doente e fazendo adoecer os nossos parcos recursos, agravando ainda mais a situação dos que necessitam. Fortaleza, nossa Fortaleza. É chato, minha amiga, mas eu tinha obrigação de lhe dizer.